Um espaço onde compartilho pensamentos que nascem das minhas andanças, dos encontros, das coisas que vez ou outra reverberam em mim.
Será que faz sentido pra você?
Com carinho, Tali.
Um espaço onde compartilho pensamentos que nascem das minhas andanças, dos encontros, das coisas que vez ou outra reverberam em mim.
Será que faz sentido pra você?
Com carinho, Tali.
Enquanto eu leio/escrevo ao som de “Esquadros” – Adriana Calcanhotto
“Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome...Eu noto nas fachadas
Que há cores, há nomes."
(para escutar a mim, ao mundo...ao que sinto)
Salvador, 20 de outubro
Acordei remexendo umas notas no bloco de notas do celular. Uma frase solta, um pensamento rascunhado na lateral da agenda, um desabafo rápido no celular antes de dormir. Coisas simples, cuja função silenciosa e essencial: parar...pra entender, pra sentir.
Às vezes, as palavras que não dizemos encontram abrigo no papel. Escrever é uma forma de organizar o que sentimos sem a obrigação de explicar. É um jeito de olhar de fora o que pulsa por dentro. Quando escrevemos, mesmo que em fragmentos, criamos uma espécie de espelho: vemos com mais clareza as emoções que estavam embaçadas dentro da gente.
Pausa estratégica do texto:
Tem gente que usa o áudio do whats app...os tais dos podcasts que sempre falamos na terapia, né? Às vezes endereçado à alguém, a um grupo ou pra si...
Voltando...
Nem sempre é preciso um texto inteiro. Uma palavra basta. Um lembrete. Um "hoje doeu" ou "estou cansada, mas sigo".
Essas pequenas notas funcionam como âncoras: nos prendem ao momento presente e, ao mesmo tempo, registram uma travessia. Com o tempo, podemos reler e perceber — com surpresa ou com ternura — que já mudamos.
Escrever é, de algum modo, cuidar.
É conversar com a parte da gente que sente, mas nem sempre consegue dizer.
É um encontro com o que somos... ou com o que ainda estamos descobrindo ser.
Como bem disse Clarisse Lispector “Escrevo porque encontro nisso um modo de existir.”
Ou digo, ou faço arte, ou silencio, ou encontro o modo de existir me existindo...parece que nesse último tem muita liberdade!!
Você percebe?
É isso....estive só pensando mesmo!!
Com carinho, Tali.
Enquanto eu leio/escrevo ao som de Paciência” – Lenine
“Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara."
(minhas memórias)
Minhas lembranças, 3 de outubro
Que território sagrado esse das memorias, né? Uma imagem antiga, uma voz guardada em fita, um brinquedo que o tempo não levou.
Ou, quem sabe, o desejo de voltar a ser leve — como se um pedaço nosso ainda soubesse o caminho de casa.
A vida adulta cobra seriedade, controle, produtividade. Mas vez ou outra, é preciso desafiar esse roteiro. Permitir-se sentar no chão da sala, fazer careta no espelho, inventar mundos com almofadas.
Não se trata de negar o que se é agora, mas de recordar que ainda há vida onde mora o riso.
Que a vida adulta não seja só rotina e urgência. Que haja também espaço para o jogo, para a invenção, para o gesto gratuito — esses lugares onde a alma respira.
E se em algum momento a gente se perder, que seja o brincar o caminho de volta.
Porque ali, onde a gente cria, experimenta, imagina e se permite, mora o que há de mais genuíno em nós.
Me lembrei de uma frase de Winnicott:
“É no brincar, e talvez apenas no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e usar a personalidade inteira.”
A criança que fomos não ficou apenas nas fotos antigas — ela vive nos gestos espontâneos, nas ideias que nos atravessam no meio do dia, no riso que escapa quando ninguém está olhando.
Meu desejo é que possamos visitar nossas memórias com ternura e escutar o que a criança em nós ainda deseja dizer. Espero que alguém lhe devolva os lápis de cor, a liberdade de criar sem medo de errar, e o tempo para simplesmente... brincar. Brincar de ser você em varias versões e possibilidades.
Você percebe?
Não sei...estive só pensando mesmo!!
Com carinho, Tali.